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quarta-feira, 25 de maio de 2022

RESILIÊNCIA TAMBÉM É SABER TERMINAR RELACIONAMENTOS DISFUNCIONAIS

Resiliência é um conceito que abrange tanto a capacidade de manter relacionamentos saudáveis apesar dos problemas quanto terminar relacionamentos desgastantes, que só trazer dor e sofrimento.

Muitos aspectos favorecem para a manutenção de vínculos duradouros e saudáveis no campo amoroso. Além da saúde mental, destaco também a capacidade de respeitar e aceitar as diferenças, escuta, autoestima, empatia, tolerância, autoconhecimento, entre outros.

Na situação clínica é comum encontrarmos pacientes vulneráveis e desestruturados, com depressão severa devido ao término de um relacionamento. Na ocorrência de transtorno de personalidade borderline, que tem como um dos principais sintomas justamente a incapacidade de resiliência, as tentativas de suicídio são frequentes, quando ocorrem ameaças de abandono ou rompimento de vínculos.

Precisamos de muita saúde e maturidade para manter vínculos, tanto como para rompê-los. Podemos considerar patológicos tanto a insistência em manter ligações disfuncionais por um grande período de tempo como romper vínculos por situações corriqueiras.

A nossa sociedade atual, na qual os relacionamentos virtuais ganham cada vez mais espaço e adeptos, acaba por privilegiar a superficialidade dos encontros. Esse formato pode gerar a tendência de se descartar relações que estão apenas no início ao surgimento da menor dificuldade. Isso leva as pessoas a desistirem de uma forma precoce ao estreitamento do vínculo, ou desistem dos vínculos com a mesma rapidez que os fazem.

OS DANOS DO ASSÉDIO MORAL NA SAÚDE MENTAL

Os principais distúrbios emocionais encontrados em vítimas do assédio moral são a depressão, a ansiedade que pode levar a crises de pânico, burnout, distúrbios alimentares e do sono, alcoolismo, e até mesmo, em situações mais graves, o suicídio.

Na prática, o assédio moral se configura por terror psicológico que se manifesta através de sucessivas e frequentes ações de maus-tratos através de atos como humilhações, ofensas verbais, sabotagens, exposição ao constrangimento, hostilidade declarada ou encoberta, intimidação, chantagens e/ou ameaças veladas ou explícitas durante o exercício de sua função no ambiente laboral.

Como o assédio moral afeta o equilíbrio emocional da vítima, a forma de se relacionar com o seu entorno fica prejudicada. O sentimento de impotência, de frustração, de não aceitação, pode fazer emergir com mais facilidade a agressividade contra si próprio ou ao outro.

O agressor/assediador com seu narcisismo e egocentrismo preponderantes intimida, se sente mais forte e mais apto que o outro; e através de sua alta capacidade de observação sobre o comportamento alheio, identifica a vulnerabilidade; é nessas circunstâncias que sente que há espaço para destilar sua agressividade e transformar a vítima em sua presa.

O mais importante a fazer quando se identifica que se está sendo vítima de assédio é buscar criar mecanismos de autoproteção, já que o agressor vai se utilizar da fragilidade e da vulnerabilidade emocional para se beneficiar.

Desvencilhar-se dessa teia perversa é difícil porque a dinâmica estabelecida aprisiona, mas é possível encontrar a melhor saída. O apoio psicológico é fundamental para que se possa fortalecer a autoestima e não se deixar abater pelos ataques.

Infelizmente. o que se verifica é que a legislação brasileira ainda se mostra insipiente quando aos critérios que possam configurar o assédio e suas consequências. Alguns dispositivos de repressão podem ser encontrados no funcionalismo público, diferentemente de empresas privadas que ainda não possuem instrumentos claros para coibir o assédio. Em não havendo uma legislação unificada torna-se compreensível o receio das vítimas em denunciar.

É importante que as empresas adotem formas de coibir o assédio, seja por parte dos superiores hierárquicos ou de seus pares, seja por meio de políticas preventivas, campanhas educativas e informativas, a fim de promover o bem-estar e saúde ao trabalhador através de um ambiente de trabalho saudável.

Diante das consequências desastrosas do assédio, que podem trazer adoecimento à vítima, a empresa será responsabilizada e poderá ter que arcar com o ônus de um processo judicial, com pagamento indenizatório por danos morais.

É importante lembrar que uma pessoa passa muito tempo em seu local de trabalho ou em função dele; isso significa que o trabalho é um posto importante na vida de uma pessoa; mas não pode ser considerado o único. As sequelas emocionais causadas pelo assédio moral podem chegar a incapacitar parcialmente ou até plenamente uma pessoa.

Submeter o trabalhador a pressão psicológica não aumentará a produtividade, ao contrário, levará à estafa emocional, diminuindo sua capacidade criativa, funcional e psicológica. Proporcionar um ambiente saudável, com postura mais humana, contribuirá no aumento do bem-estar e poderá ajudar no crescimento da produtividade.

ABUSO PSICOLÓGICO AFETA TANTO SAÚDE MENTAL QUANTO FÍSICA: COMO IDENTIFICAR

Os abusos psicológicos fazem parte de rodas de conversa, são discutidos na mídia, em escolas e universidades, entre parentes e amigos. Muita gente conhece o mecanismo desse tipo de violência que prende tantas pessoas ao sofrimento e até aponta maneiras de como sair da situação. Mas pouco se fala sobre uma questão igualmente importante: os danos causados à saúde emocional e física.

E não são poucos. “A princípio, o que ocorre é uma reação estressada, ansiosa e de culpa em relação ao agressor. No entanto, com o passar do tempo, a pessoa pode desenvolver ansiedade com outros relacionamentos, retraimento social, baixa-autoestima e, consequentemente, depressão”, resume Maycoln Teodoro, professor de psicologia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e membro da diretoria da SBP (Sociedade Brasileira de Psicologia).

O abuso emocional acontece dentro de relacionamentos familiares, profissionais e sociais, onde existe o objetivo de causar sofrimento a uma das partes. Críticas maldosas, acusações, xingamentos, ofensas, desprezo, ironia, ameaças veladas, silêncio como forma de punição, controle de todos os passos da vítima, frases ditas com o propósito de confundir e outros comportamentos são repetidos pelo abusador ao longo do tempo. Isso faz com que a pessoa abusada perca o equilíbrio necessário para se ter uma vida plena.

Mas ao contrário das doenças físicas que provocam sintomas fáceis de reconhecer, os sinais da violência psicológica são mais difíceis de interpretar. Segundo Luiz Cuschnir, psiquiatra e coordenador do Grupo de Gêneros do Ipq-FMUSP (Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), quem sofre abusos psicológicos geralmente se sente infeliz, mesmo que aparentemente tenha a vida que deseja, e costuma ficar triste sem saber o motivo.

A pessoa também pode apresentar sintomas característicos da depressão como vontade de chorar, anedonia (perda da capacidade de sentir prazer ou de se divertir), além de ansiedade, medo e desinteresse por tudo. Esse conjunto de sensações faz com que a vida perca o brilho. “Há um empobrecimento das vivências que correspondem a suas habilidades e capacidades, diminuindo o seu potencial vital. Sentimentos ou pensamentos de desvalia e de desamor, sem empatia, sem ressonância amorosa”, completa o especialista.

O estresse e a ansiedade que a vítima sente são tão fortes que a fazem viver num estado de alerta permanente, gerado pelo medo de contrariar ou decepcionar o abusador. “Este tipo de relacionamento faz com que o abusado se sinta incapaz, amedrontado, com baixa autoestima e paralisado no relacionamento”, afirma Teodoro. A violência psicológica pode ser tão dolorosa quanto a física ou a sexual.

Além da saúde mental, a física também sofre consequências diretas ou indiretas. “Por exemplo, a privação, baixa qualidade e excesso do sono propiciam efeitos hormonais que afetam vários sistemas. Além de problemas alimentares, dependências e abusos de substâncias e de álcool, disfunções gastrointestinais, afecções dermatológicas, problemas ortopédicos e posturais, etc.”, cita Cuschnir.

Muita gente acredita que os abusos psicológicos são praticados apenas por psicopatas ou narcisistas perversos. Mas não são. É verdade que alguns transtornos podem potencializar esse comportamento, porém qualquer pessoa pode agir assim, por variados motivos. “Por exemplo, o racismo e o machismo possuem um papel importante neste tipo de abuso, pois criam um imaginário no qual uma pessoal se sente com direito de retirar a voz do outro por se julgar superior”, analisa Teodoro.

NÃO TEMAS A TUA SOLIDÃO, MAS SIM O DESPREZO DE QUEM NÃO TE CORRESPONDES.

Não tenhas medo da tua solidão ou da tua “presença desértica” em meio a tua solidão, dentre o nada do cenário que se apresenta no teu ser.

 Outrossim, tenhas receio é do desprezo de quem “está contigo” e que na tua “presença” se faz ausência. A vida é feita de tantas contradições que tantas vezes não conseguimos administrar, tantas incongruências que outrora fazia algum sentido. Contudo, dentre tantas inquietudes, o que não convém é alimentar o que de fato não existe. Melhor deixar dar o último suspiro àquilo que não tem mais como viver de forma digna e me refiro aqui a relacionamentos amorosos não correspondidos.

Tudo perde o sentido quando tu deixas de ser teu cúmplice para te tornares algoz de tua própria alma, aprisionando o teu ser em quimeras descabidas, sendo necessário desconectar o teu coração de quem não reconhece teus sentimentos, do que não pode ser contigo ou do que não pode vir a ser.

Não tenhas medo da tua solitude ou mesmo da tua solidão. Melhor uma solidão triste mas realista e bem digerida a ilusões que embalsamam (in)verdades que transbordam num cálice quebrado onde tudo já se esgotou.

Por que um dia a tristeza nua e crua que não engana e que não omite, que não se estende no que é irreal um dia dará espaço para uma felicidade plena sem os embustes que nós mesmos criamos para nos engaiolarmos, seja por acreditar demais no outro ou por alimentar expectativas infundadas. Isto chama-se armadilha, autossabotagem e embuste que criamos em prol de uma falsa felicidade pautada num outro.

Que tu tenhas coragem de abandonar o campo infértil e não retornar nunca mais. Tu tens o poder de contornar a rota e empreender novos caminhos, novas oportunidades, dentre uma que insiste em permanecer, mas que não há terreno, sequer semente para que se germine nada. Quando isto acontecer, tu deves procurar outros caminhos, pois a vida é ilimitada e próspera, não te condiciones num caminho íngreme.

Tiras o foco de quem não te tem como foco. Dê adeus definitivo às ilusões que alimentastes sem algum retorno, porque na economia da vida, a paciência não deve ser confundida com o que não merece ser investido, tampouco esperado.

 Que tu tenhas o carinho que te aceita e te acolhe; que sejas a tua mão a que te afaga e que acolhe teus sentimentos antes que qualquer pessoa o faça. Qual o sentido na expectativa de ser amado por alguém a quem desejas correspondência, se esta pessoa já provou por qualquer motivo que seja que isto não é possível?

Por que tanta dificuldade em te amar, em apreciar a tua própria companhia? Tu não precisas de adendos para ser feliz. Tu não precisas de nada para ser feliz. A felicidade é algo genuíno que nasce dentro de cada um, tendo como terreno o substrato da força humana interior, da resiliência e do amor-próprio.

Não te deixes abater se não fores correspondido. Não te abandones nas mãos de quem não sabe apreciar o ser único que tu és. Não tenha medo da tua solidão, mas sim tenha medo de não ser correspondido como merece.

Em alguns momentos da vida é salutar que estejas sozinho para que reconheças o teu valor, para que renoves as nossas forças, para que acredites em um novo amanhã e depois da tua morte interior das desilusões que a vida te trouxe, enfim descobrir que a esperança, o sorriso e a felicidade genuína habitam em ti e que não necessita de alguém como condição inalienável para que sintas completude e que desfrutes desta felicidade que ninguém mais nesta vida pode oferecer, visto que esta não é proveniente de nada externo.

A vida é tua, as vivências são tuas, és tu que vai ser feliz ou sofrer pelas escolhas que fizestes e somente a ti compete a cada dia da tua vida qual estrada tomar, com quem vais te relacionar e como vai viver a tua história, seja sozinho ou acompanhado.

Talvez já tenhas compreendido que tua eterna companhia és tu mesmo e de tudo que poderá restar de qualquer relacionamento, de qualquer experiencia, tu continuarás ali, ferido, transformado, transmutado ou modificado de alguma maneira, sempre sobrevivente para novas experiencias, algumas magníficas, outras, nem tanto. No que concerne à tua vida e às tuas experiencias, tu és o ponto central, o referencial, o eterno companheiro de inúmeras jornadas, algumas que retornam e outras que se renovam e que tu precisarás estar pronto para todas elas, pois de alguma forma te enriquecerão.

Não existe ninguém certo para ti; antes de tudo, tu és a pessoa certa para ti, pois com os outros sempre existirão contratempos. Ninguém nasceu para ti, tu nasceste para ti mesmo, pois ninguém veio aqui para satisfazer tuas expectativas, mas para que juntos promovam aprendizados para ambos. Nunca esperes que alguém te assuma para que assim tu te assumas; este movimento deve partir unicamente de ti.

Por que para que sejas feliz tu precisas ser amado por uma outra pessoa, do contrário tu serás aquele que primeiro te abandonará? Não aprendas a administrar a tua própria solidão, mas sobretudo que saibas apreciar tua estadia contigo, independentemente de com quem estejas.

Texto de Soraya Rodrigues de Aragao

SEIS PASSOS PARA FECHAR CICLOS E RENASCER PARA UMA NOVA VIDA.

 

A vida possui um dinamismo próprio através de seus estados transitórios em que precisamos muitas vezes reconstruir uma nova estória em meio aos escombros do passado.

Somos desafiados a presentificar nossas vivências, redefinir uma nova existência, realizar novas configurações. Vida é dinâmica, é movimento. Como relato no livro Fechamento de ciclo e renascimento, tudo está em constante transformação, em incessante renovação. Tudo o que é vivo passa por processos de início e término, e durante estes “dois extremos”, dinâmicas acontecem.

Aqui listo 6 aspectos estruturantes para quem deseja se reinventar e viver uma vida com plenitude, abundancia e renovo. Sem estes aspectos básicos, os demais não poderão ser desenvolvidos nem vivenciados de maneira plena. Vamos conferi-los?

1- Aceite a impermanência da vida:

Talvez o maior aprendizado que precisamos nos autopromover neste mundo é a arte do desapego, através das experiencias transitórias desta existência perecível. E estamos bem servidos no que concerne à oportunidades para o treinamento deste aspecto, pois a vida é especialista em nos colocar constantemente à prova diante desta impermanência. Pode acontecer de nos apegarmos a uma crença que não vai de encontro com a nossa realidade, a pessoas que não estão mais alinhadas emocionalmente conosco, a circunstâncias que ficaram para trás. Queremos que as coisas perdurem, e essa volição é fonte de intenso sofrimento, pois muitas vezes nadamos contra a maré daquilo que não tem retorno. O que a vida, a natureza, as pessoas e as circunstâncias nos ensinam constantemente? Que tudo é mutável, tudo está em processo de transformação e portanto nada é para sempre. Mudar essas crenças de que tudo é permanente e seguro, é o conceito-chave para a mudança de uma nova realidade, mais coerente e feliz, interconectada com as leis da vida, as quais não estamos divorciados.

2- Desenvolva sua resiliência:

Sim, somos revisitados pelos vendavais da vida e algumas vezes é difícil se reerguer da queda. Em algumas circunstâncias, não podemos modificar as causas do sofrimento, visto que não dependem exclusivamente de nós, tais como uma doença, um raio que cai na varanda da casa ou a morte de um ente querido; Estes são fatores externos que nos sobrevêm. Resta-nos saber administrá-los e esta postura faz toda a diferença. Neste caso específico precisaremos esperar o curso da vida, trabalhar as perdas e esperar o inverno da vida dar espaço a uma nova primavera. Lembre-se que até o astro-rei se põe humildemente todo fim de tarde para ressurgir com toda vivacidade no dia seguinte.

No entanto, a boa notícia é que para a maioria das “crises” que precisamos lidar, teremos que ter uma postura (pró) ativa e poder de decisão, buscando a resolução dos problemas, procedendo às escolhas com firmeza mas ao mesmo tempo de modo flexível caso a abordagem utilizada necessite de atualizações. Em outras palavras, está em nosso livre arbítrio modificar o que podemos. As adversidades, quando bem aproveitadas, nos tornam fortes, resilientes.

Deste modo, dependendo da dor emocional e de como lidamos com ela, viver muitas vezes pode não ser um processo fácil e qualquer pessoa, até mesmo aquelas mais afortunadas terão sofrimentos arquetípicos e dores inerentes à condição humana. No entanto, não existe nada eterno; Ciclos se fecham, renascemos com novas esperanças e novas propostas. A vida sempre no surpreende, tanto no pior quanto no melhor. Você escolhe em qual ponto de vista vai focar. Gostaria de reiterar que mesmo em situações adversas, temos o livre arbítrio diante de posicionamentos, condutas e de nossas percepções dos fatos, bem como lidamos com eles. Isto faz toda a diferença. Viver é a arte de se aperfeiçoar, de autossuperar-se E isto nos fortalece. Sempre!

3- Aprenda a perdoar a si mesmo:

é impossível renovarmos a vida levando conosco sentimentos como culpa ou falta por erros cometidos. Além de ser um peso, é fonte de doenças e desequilíbrios de toda ordem, sendo contraproducente com a proposta de uma vida de plenitude. Indiscutivelmente precisamos nos auto perdoar, pois nos autopunir não resolverá o problema.

Porém, para que o auto perdão seja possível, é importante aprender a reconhecer os próprios erros e se dar novas chances. Estas condições somente poderão ser alcançadas se estivermos centrados em nossa essência, em nosso eixo, para que a partir deste estado de consciência clarificada seja possível escutar a nossa voz, aquela sabedoria interior, intuitiva que nos (re)posiciona em novas perspectivas bem mais conscientizadas. E o mais importante: não esperar as condições ideais para atuar ou começar a viver com plenitude, visto que condições ideais não existem na prática, ao menos em estado permanente.

Sendo assim, é imprescindível vivermos cada dia de cada vez como se fosse o último, sem o peso aterrorizante da culpa. Não estou dizemos que devemos ser irresponsáveis e vivermos uma vida desenfreada, sem regras para nos orientar, muito pelo contrário. Mas como não temos um controle remoto ou qualquer outro dispositivo que quebre a barreira do tempo, não poderemos voltar atrás para consertar o que fizemos por engano, imaturidade, invigilância ou ignorância. Lembre-se que tudo o que fazemos aos outros a nós retorna, embora estejamos em “treinamento” nesta vida, pois a lei do retorno é um fato. Se não foi possível naquele momento se abster do erro, a única coisa que nos resta é aprender com ele e evoluir.

4- Dê um sentido à sua existência:

Tão necessário quanto o ar que respiramos para nos mantermos biologicamente vivos, é ter um sentido de vida para temperarmos o espírito, para nos sentirmos vivos, uteis e orientados diante das possíveis crises existenciais que possam atravessar o nosso caminho, deflagradas por fatores internos ou externos, sem pesar ou auto boicote. É necessário questionarmos o sentido da nossa existência, ter a chama viva de bons propósitos e metas que sejam benéficas não somente a nível individual quanto social. Ter um projeto de vida enriquece nosso cotidiano de sentido e significado. Do contrário, viveremos num vazio constante, como se tivéssemos somente a carapaça, a casca, com o “espírito” habitando em outro lugar.

5- Deixe de se autossabotar:

A autossabotagem é a fonte motriz para a permanência de desajustes que afetam as principais áreas da vida. Existem pessoas que mesmo em estado de sofrimento, preferem não sair da sua zona de conforto, prejudicando o desenvolvimento de novas habilidades comportamentais e relacionais, sendo extremamente prejudicial para qualquer processo de renovação e de redefinição de uma nova vida, tornando difícil “alterar” o passado através de novas ressignificações.

6- Ame-se incondicionalmente:

Não se rejeite, nem tampouco se abandone em nenhuma hipótese; aceite-se em qualquer circunstância. Você precisa se amar e se respeitar incondicionalmente. Cuide-se mais, trate-se com carinho, cuide de seus estados emocionais, desenvolva seu autoconhecimento, sua autoestima e confiança em si. Não menos importante é aprender a gerenciar suas emoções, o que é possível através do autoconhecimento. Amar a si próprio não deve ser confundido com egoísmo, pois se trata de um aspecto básico da existência. Todos os conteúdos que são externalizados passam pelo crivo das nossas percepções. Um auto percepção negativa ou distorcida é um verdadeiro desastre emocional, tal qual uma escultura de ouro alicerçada em pés de barro. Quando uma pessoa não se ama, torna-se frágil e vulnerável às intempéries ambientais exemplificadas através das perdas, rompimentos relacionais, decepções conjugais, etc. Até mesmo porque nenhuma pessoa conseguirá amar outra caso ela não tenha em si mesma esta referência. O amor próprio é estruturante e precisa ter bases bem estabelecidas, visto que, se a vida, alguém ou alguma situação lhe “puxar o tapete”, você poderá contar consigo em qualquer circunstância.

Para refletir:

Tudo o que existe apresenta sempre este processo de atualização e movimento. Conosco não pode ser diferente, seja no aspecto físico, emocional, psicológico e espiritual, pois também fazemos parte da natureza e de uma verdade maior. Faça as pazes com a vida, receba a perda como sua aliada, escute o que a vida tem a te dizer diante de toda a problemática apresentada. É preciso encarar a morte simbólica para que possamos saber o que é a vida, para que possamos renascer em novas roupagens e com novas oportunidades.

Desejo-lhe uma vida renovada!

 

ABANDONO EMOCIONAL: QUAIS OS EFEITOS PSICOLÓGICOS DESSE SENTIMENTO

 

Abandono emocional: quais os efeitos psicológicos desse sentimento: 

Todos nós queremos ser aceitos e amados, seja por nossa família, parceiro ou grupo de amigos, pois os relacionamentos sociais fazem parte de nossa natureza humana e sempre queremos que eles sejam o mais saudáveis ​​possível.

No entanto, às vezes sentimos que um ente querido não nos dá atenção suficiente ou está distante e frio, sem saber exatamente a que se deve.

O abandono emocional é algo que pode ser vivido com profundo sofrimento e nem todos manifestam os mesmos sinais. Neste artigo, abordaremos esse sentimento, além de relacioná-lo a alguns distúrbios em que ele adquire um papel importante.

O que se entende por abandono emocional?

O termo abandono emocional é um pouco difícil de definir, pois depende de como cada pessoa o vive e do significado que lhe dá. Tentando defini-lo da maneira mais objetiva possível, o abandono emocional é um estado subjetivo no qual uma pessoa se sente indesejada, negligenciada ou perdeu uma fonte de sustento emocional, repentina ou gradualmente.

Por se tratar de uma situação de abandono, a ruptura do vínculo emocional ocorre unilateralmente, ou seja, uma das duas pessoas envolvidas no relacionamento, seja familiar ou íntimo, deixa de fazer parte dele sem prévio aviso ou muito bruscamente. Quando isso acontece, a outra pessoa, que se sente apegada àquele que o abandonou, sofre consequências emocionais como resultado da rejeição.

Sinais

Seja em um casal, entre amigos ou em uma família, existem vários sinais que indicam que há uma situação de abandono emocional.

No entanto, estes podem ser tão sutis que podem não ser percebidos. Embora possam ser comportamentos muito simples, que aparentemente não são feitos com más intenções, eles acabam se tornando muito prejudiciais. Alguns dos sinais mais comuns são:

1. Falar sobre questões rotineiras e superficiais

Quando duas pessoas que se amam apenas passam alguns minutos por dia conversando sobre assuntos superficiais, como o tempo, isso pode se transformar em uma situação em que uma delas não se sente amada o suficiente pela outra.

Além disso, no campo das amizades ou familiar, isso pode esfriar o relacionamento a longo prazo.

2. Quando há outras pessoas e cada uma fala apenas com suas próprias amizades

Quando um casal sai e um dos amantes tem mais relacionamento com o grupo de amigos do que o outro e não compartilham as mesmas amizades.

Embora possa ser um sinal que não indique algo sério, o fato de cada um dos dois se dedicar a conversar com os amigos e deixar o outro de lado pode indicar que existe uma certa intenção de ‘abandonar’ o casal. Se essa situação se repetir várias vezes, isso pode indicar que ambos estão interessados ​​em se ignorar quando houver outras pessoas, aproveitando-se dessa situação social.

3. Desconfiança

Quando duas pessoas, sejam irmãos, pais, amigos ou namorados, sentem que não podem contar um com o outro para assuntos importantes, é um claro indicador de que há falta de confiança.Por sua vez, a falta de confiança contribui para a situação de abandono emocional , porque a vítima sente que não é levada a sério ou valorizada o suficiente.

4. Desinteresse pelo afeto do outro

Os seres humanos, como animais sociais que somos, precisam de carinho. Carícias, abraços, beijos e elogios são aspectos que, embora possam parecer pequenos, não são.

Quando uma pessoa é procurada e não responde corretamente a esses atos, ou dá muito pouca importância, pode gerar um sentimento de rejeição.

Um bom relacionamento é aquele em que ambos se sentem igualmente amados e se correspondem quando atos afetivos são mostrados.

Consequências e distúrbios associados

Pessoas que foram emocionalmente abandonadas podem manifestar uma ampla gama de problemas associados, que podem variar em sua gravidade e impacto na vida cotidiana. Os tipos mais comuns de sintomas são geralmente depressivos, como tristeza, perda de interesse em atividades anteriormente prazerosas e evitam a interação com outras pessoas, tanto por medo de serem machucadas novamente quanto por falta de desejo.

Deve-se dizer que esses tipos de situações fazem parte da vida de todos, e é por isso que você não deve cair no erro de que sofrer de abandono emocional implicará necessariamente no desenvolvimento de um distúrbio psicológico, mas pode ser um fator de risco. Uma pessoa que está passando por um processo desse tipo pode se desenvolver de uma maneira totalmente adaptada no seu dia-a-dia, apenas passará por um mau momento.

1. Ansiedade de separação

Este tipo de ansiedade é visto por muitos como uma fonte importante de angústia e disfuncionalidade no indivíduo.

A separação do cuidador cria uma situação que é um terreno fértil para a percepção do abandono emocional.

Perder um relacionamento cria incerteza no indivíduo. Não saber se a pessoa amada voltará ou não, seja um dos pais ou o casal, junto com o medo de não saber se essa adversidade pode ser superada, cria tensão emocional.

Isso, combinado com o desconforto que o sentimento de abandono causa, faz com que a pessoa se auto-avalie constantemente, buscando defeitos e fraquezas.

2. Trauma psicológico e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT)

Embora isso possa ocorrer devido a um caso extremo, a verdade é que existem pessoas que manifestam sintomas de TEPT quando o relacionamento com um ente querido é interrompido.

Vivenciar constantemente o sofrimento emocional pode gerar uma situação traumática que, embora não precise se tornar patológica, produzirá sequelas importantes na maneira como a pessoa se comporta.

Se a ruptura do relacionamento foi abrupta, a pessoa pode temer que, nos relacionamentos futuros, esse evento ocorra novamente, vivendo uma situação de medo constante de que o passado se repita.

3. Transtorno da personalidade limítrofe (DBP)

Entre os sintomas mais característicos da DBP estão o medo de críticas e rejeição social, bem como o grande medo de ser abandonado.

Pessoas que sofrem deste distúrbio são muito sensíveis em relação a outras pessoas, bem como manifestam dificuldade em controlar suas emoções e impulsividade. Pode também estar acompanhado de insegurança em relação à própria identidade e ter pensamentos paranoicos.

4. Outros problemas

Como já foi dito, o abandono emocional, embora seja uma situação desagradável, não precisa envolver patologia.

Dada a experiência de uma dessas situações, a pessoa pode passar por muitos sentimentos diferentes, dependendo da experiência e de sua personalidade.Algumas pessoas se odeiam, uma vez que veem indicações de que o que aconteceu é devido à sua culpa e, portanto, acreditam que poderiam ter se comportado de maneira diferente para evitá-la.Outros desenvolvem uma muito baixa autoestima, pensando que o fato de terem sido abandonados, especialmente nas relações pais-filho, é porque não vale a pena, que não é o que a outra pessoa gostaria que fosse.


SÍNDROME DE MADAME BOVARY: O QUE É E QUAIS SÃO SEUS SINTOMAS?

 

Síndrome de Madame Bovary: O que é e quais são seus sintomas? 

Ao longo de nossas vidas, cada um de nós desenvolve sua própria visão de mundo, com base nas experiências e aprendizagens que extraímos não apenas daquilo que vivemos, mas do que nosso meio social e cultural nos ensina.

Essa visão inclui, entre outros aspectos, como deve ser o nosso relacionamento com os outros, algo que nos leva a ter expectativas em relação às interações socioafetivas que mantemos.

No entanto, às vezes nossas expectativas não são realistas, e encontramos uma realidade que não gostamos e que pode gerar insatisfação. Embora em geral todos nós tenhamos algum desapontamento que superamos, algumas pessoas vivem em estado de permanente frustração, afetadas por expectativas excessivamente idealistas e românticas que, quando confrontadas com a realidade, não podem ser alcançadas.

É o que acontece na chamada síndrome de Madame Bovary ou Bovarismo, sobre a qual falaremos ao longo deste artigo.

A síndrome de Madame Bovary: do que estamos falando?

 A síndrome de Madame Bovary ou bovarismo é um padrão mal-adaptativo de comportamento e cognição caracterizado pela existência de insatisfação persistente e crônica resultante da forte discrepância entre a realidade e as expectativas que o sujeito tem do mundo, especialmente no campo das relações afetivas. Embora os relacionamentos românticos sejam um elemento comum em seu tipo de pensamento, a característica definidora do transtorno é a insatisfação crônica e a busca de um ideal de felicidade.

Esta síndrome, um distúrbio de comportamento que com o tempo vem se tornando cada vez mais conhecido, pode gerar um alto nível de infelicidade e sofrimento psíquico para o sujeito, e é muito mais comum em mulheres do que em homens, embora haja uma tendência maior para um equilíbrio entre ambos os sexos. O nome da síndrome vem do romance Madame Bovary de Gustave Flaubert, em que a protagonista mantém expectativas excessivas para o amor (devido à idealização criada a partir de livros de romances) e busca encontrá-los no que considerava uma vida monótona e chata e um casamento sem amor, sem nunca conseguir satisfazê-los.

Quem sofre síndrome de Madame Bovary geralmente mantém uma visão idílica e utópica de amor e relacionamentos, uma visão que não resiste a0 seu contraste com a vida real e gera, de um lado, forte insatisfação e, do outro, uma rejeição da realidade, sendo incapaz de aceitar a grande divergência entre suas expectativas e o mundo. É comum que eles mantenham uma busca compulsiva pela felicidade e sua visão de uma vida e relacionamento perfeito. Eles geralmente procuram por sua alma gêmea ou parceiro ideal. Há também um medo extremo de não encontrá-lo, e até mesmo a negação dessa possibilidade.

Eles tendem a desenvolver uma personalidade melancólica e dependente, fazendo todos os esforços para garantir que seus relacionamentos sejam o mais próximo possível de seu ideal.

Consequências psicológicas e relacionais

 A pessoa se sente constantemente insatisfeita e infeliz, e tende a negar aspectos do mundo que não correspondem aos seus ideais. É comum que os sintomas de ansiedade e depressão apareçam, com tendência à melancolia e distimia, e às vezes levam a comportamentos agressivos e autodestrutivos.

 Relações sociais e afetivas são altamente insatisfatórias, marcadas pela possessividade, ciúme e recriminações. Tendem a se concentrar no outro (na forma altamente dependente) a ponto de abrir mão dos interesses próprios para não ser abandonado. Há um certo egocentrismo, valorizando a relação pela maneira como ela afeta apenas o próprio sujeito.

Principais sintomas desta desordem:

Dentre os principais sintomas dessa desordem, destaca-se a presença da insatisfação permanente, bem como a manutenção de expectativas rígidas e irreais.

Geralmente, há uma visão tendenciosa do mundo, processando apenas as informações que sustentam sua visão do mundo, ignorando o resto e até mesmo recusando-se a reconhecê-lo. Além disso, emocionalmente, tende a haver uma sensação profunda de vazio devido à incapacidade de alcançar seus desejos, bem como uma supervalorização e uma reação emocional exagerada a conflitos e divergências. Muitas vezes há neuroticismo e dificuldades em tolerar a monotonia e a frustração, ao mesmo tempo em que mantém expectativas excessivas sobre como sua vida deveria ser.

A nível romântico, essas pessoas tendem a procurar compulsivamente por um amor ideal, gastando muito tempo nessa função de busca ou tentando manter alguém ao seu lado. Há uma grande dependência emocional e muitas vezes o assunto se concentra exclusivamente em seu parceiro, com quem se busca uma identificação. A identificação com o outro atinge o nível em que os gostos e modos de ver o mundo do cônjuge são copiados e assumidos como próprios.

No entanto, quando isso não atender às suas expectativas, o sujeito pode ir à procura de outras pessoas, mesmo tendo um parceiro, por isso a infidelidade não é incomum nesses casos. Amores impossíveis e complicados tendem a atraí-los, dado o desafio que representam.

Causas possíveis

síndrome de Madame Bovary não é um distúrbio reconhecido e suas causas não são totalmente conhecidas. No entanto, a própria definição do transtorno estabelece que a origem dessa insatisfação crônica está na falta de adequação entre as expectativas e a realidade da pessoa.

Essas expectativas podem ser devidas a uma visão excessivamente utópica dos relacionamentos amorosos, muitas vezes exacerbada pela literatura, filmes ou obras teatrais. Também foi observado que existe uma tendência para as pessoas com essa síndrome terem sofrido negligência, privação de afeto ou abuso na infância, o que pode ter levado a idealizar um parceiro.

Tratamento?

A síndrome de Madame Bovary é um distúrbio comportamental cujo tratamento envolve trabalhar as crenças mais profundas sobre o valor dos relacionamentos, a modificação de vieses cognitivos e crenças irreais e o trabalho sobre a autoestima. É necessário refletir e analisar o modo de pensar, sentir e relacionar tanto consigo mesmo quanto com os outros, bem como o modo como isso afetou a vida do sujeito e dos que o cercam.